Le XIXe siècle est assuré de sa place dans l’histoire. Sûr qu’on en parlera encore pendant longtemps. L’Europe n’était pas encore vieille, au contraire, elle se formait : Allemagne, Italie, Europe centrale. Des guerres à n’en plus finir, avec tout le malheur qu’elles apportent, mais sans l’horreur indicible du siècle suivant.
Des révolutions aussi. Industrielles et techniques, qui changent radicalement le paysage. On travaille trop et trop jeune pour déjà consommer trop, en tout cas dans certaines sphères. Les inégalités règnent, des fortunes colossales se bâtissent, des misères s’étendent des champs aux faubourgs.
Dans ce monde en mutation, ce sont les artistes, comme d’habitude, qui nous ont donné cette image de mouvance, de recherche, et de perdition pour certains. Musique, sculpture, peinture, les grands noms et les grandes œuvres parcourent le siècle, venant de toutes les grandes capitales.
Mais en littérature, et sans vouloir être chauvin, difficile de ne pas convenir que la France a montré non seulement un, mais tous les chemins. Et dans ce XIXe où la langue française était un royaume mondial, il y avait un roi. Plus encore, un père. Et c’est Victor Hugo.
D’abord par sa propre biographie : né en 1802 (« ce siècle avait deux ans », apprend-on à l’école) et mort en 1885, il est le reflet vivant de toutes les agitations du seul centenaire au cours duquel la France a connu des empereurs, des rois et des présidents de la République.
Mais Hugo est aussi un inspirateur reconnu pour plusieurs générations d’auteurs, dans tous les domaines qu’il a touchés à un moment ou à un autre de sa vie. Poète, romancier, écrivain, journaliste, pamphlétaire, il était devenu un personnage au moins aussi notable que ceux de ses livres.
Rien de plus normal que, dans notre petite exploration de la littérature française du XIXe siècle, nous commencions par lui. Mais nous ne nous attarderons pas trop sur les biographies et les œuvres. Elles sont si riches et si documentées que les évoquer « en passant » serait un outrage. D’autre part, Céline a dit « pas trop long, hein ». Et Céline, c’est comme Jacques. Ce qu’elle dit est loi.
Ce qui nous intéresse ici, c’est l’homme plus que le nom de rue ou le nombre de volumes dans la Pléiade. Parce qu’Hugo était aussi un bon gros Victor au rire parfois gras, Flaubert un Gustave qui a grandit à l’ombre du grand-frère-fierté-de-la-famille, et Balzac un Honoré (quoique pas toujours) qui aimait les femmes et le luxe.
O século XIX tem lugar garantido na história. Será certamente lembrado por muito tempo. A Europa ainda não era velha, pelo contrário, estava em formação: Alemanha, Itália, Europa central… Guerras sem fim, com todas as desgraças que trazem, mas sem o horror indizível do século seguinte.
Revoluções também… industriais e técnicas, que modificam radicalmente o mundo. Trabalha-se demais e jovem demais para, já, consumir demais, pelo menos em certas esferas. As desigualdades reinam, fortunas colossais se erguem, misérias se estendem dos campos às periferias.
Neste mundo em mutação, são os artistas, como de costume, que souberam nos dar essa imagem de movimento, de busca, e de perdição para alguns. Música, escultura, pintura, os grandes nomes e as grandes obras percorrem o século, provenientes de todas as grandes capitais.
Mas na literatura, e sem querer puxar a sardinha para a França, é difícil não convir que o país não mostrou só um, mas todos os caminhos. E neste século XIX onde a língua francesa era um reinado mundial, havia um rei. Mais ainda, um pai. E é Victor Hugo.
Primeiro pela própria biografia: nascido em 1802 (“este século tinha dois anos” ensina-se nas escolas francesas) e morto em 1885, ele é o reflexo vivo de todas as agitações do único centenário durante o qual a França conheceu imperadores, reis e presidentes da República.
Hugo é também o inspirador reconhecido por várias gerações de autores, em todas as áreas onde ele atuou num ou noutro momento da vida. Poeta, romancista, escritor, jornalista, articulista provocador, ele tinha se tornado um personagem não menos notável que os de seus livros.
Por isso, nada mais normal, em nossa pequena exploração da literatura francesa do século XIX nós começarmos por ele. Não vamos nos demorar nas biografias e nas obras. Elas são tão ricas e documentadas que evocá-las “en passant” seria um ultraje. Além do mais, Céline advertiu “não muito longo, hein”. E Céline é como Jacques*. O que ela diz é lei.
O que nos interessa aqui é mais o homem que o nome de rua ou o número de volumes em La Pléiade*. Porque Hugo era também um bom Seu Victor que gostava de piadas, Flaubert um Gustave que cresceu na sombra de um irmão-orgulho-da-família, e Balzac um Honoré (“honrado” em francês, mas no caso dele nem sempre) que adorava as mulheres e o luxo.
*”Jacques a dit” é uma brincadeira para crianças. Uma delas dá ordens sempre começando por “Jacques a dit…” e seguidas de uma ação. Se a frase for incorreta ou a ordem mal executada, o jogador é eliminado. No Canadá francófono, é “Jean dit…”.
*La Pléiade é uma coleção de volumes fabricados luxuosamente somente com textos clássicos.
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